Esta noite celebraremos a chegada do Ano Novo, com esperança de que a passagem de ano, por si só, represente boas novas.
Mais uma vez, rogaremos velhos desejos, faremos novos votos, comprometer-nos-emos mais uma vez a mudar o mundo (o nosso, pelo menos), enquanto degustamos as tradicionais passas e apreciamos o borbulhante champanhe.
Nós, os privilegiados; nós, os que temos tempo, saúde, família e amigos com quem compartilhar mesa farta; nós, mais passa menos passa, mais flute menos flute, receberemos esperançosamente o Ano Novo, sonhando com um qualquer mágico poder da sua primeira badalada.
No dia seguinte, porém, como em muitos outros anos, a nossa consciência – o nosso pequeno Grilo Falante – alertar-nos-á para a força da rotina, dos usos e dos costumes, que em outros anos passados nos fizeram esquecer os votos formulados, contentando-nos com um rol de boas, mas inconsequentes, intenções.
Aqui, na FAF, na nossa pequena sociedade de advogados, também partilhamos rotinas, usos e costumes; também reformulamos velhos desejos e assumimos novos compromissos. E também, bem intencionados, vezes demasiadas nos satisfazemos com o torpor do dia-a-dia, remetendo para a semana, o mês, ou até o ano seguinte, os desejos de mudança.
Hoje, depois de um balanço que nos faz reconhecidos e gratos pelo caminho já feito, o nosso voto é de que o Novo Ano seja diferente, ainda melhor, verdadeiramente novo. E, para tal, lembramos a melhor RECEITA DE ANO NOVO, pedindo a todos os nossos amigos, parceiros e clientes que, neste novo ano, não no-la deixem esquecer, para que sejamos merecedores de “um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser”.
Que, juntos, sejamos capazes de fazer Novo este novo Ano, é o nosso desejo!
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade, RECEITA DE ANO NOVO)
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